terça-feira, 27 de abril de 2010

Patas sobre mãos

Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques.

Água e alimentos já são o bastante.

Um cachorro não liga se você é rico ou pobre.

Esperto ou não. Inteligente ou não.

Dê o seu coração e ele dará o dele.

De quantas pessoas podemos dizer o mesmo?

Quantas pessoas fazem você se sentir um ser raro, puro e especial?

Quantas pessoas nos fazem sentir…

Extraordinários?

Texto final do filme Marley e Eu

Os cães não sabem, e nem se importam com a sua cor, sua inteligência, eles não se importam com seu nível social, eles olham nos olhos, na porta da alma, no brilho vivo do coração, se apresentam com todo seu anseio pela brincadeira, o estalar das palmas os fazem pular sem pensar, o assovio é percebido por sua audição apurada, e ao chegar á seu coração chega também à hora de correr, latir, rolar, e ser feliz, na lama ou na varanda, na rua ou no interior. Entregue seu íntimo e ele sentirá toda sua harmonia, o rabo balançará inquietantemente manifestando sua simples e real alegria, pelo morder sem dor, esfregando aqueles dentes afiados em nossos dedos, mordendo com sutileza como se faz cócegas em criança, - Nesse momento me pergunto sobre minha racionalidade. Sinto-me incapaz de ser, por essa dádiva e complicada magia do pensar, do existir e ter o poder de ser um animal racional, são limitações...

O Racional é do pensar do raciocínio rápido, e o irracional os cães são do agir, do coração sem nenhuma triagem da razão (...)

Nós medimos como abordar aquele conhecido, que palavras usar, que perguntas fazer, nos calculamos a nossa e a reação do próximo, mas os cães, os irracionais, quando nos conhece, e até sem conhecer, eles se apresentam rápido, chegando com todo seu coração entre as patas oferecendo com o desejo de ter em momentos únicos, sentir o carinho e a afeição nascer ou se multiplicar. - Quero que a minha emoção, meus sentimentos contaminem toda a razão, todo julgar. Quero ser irracional para certas coisas racionais, pois vejo nobreza nessa capacidade de amar, com humildade.

Eles cães choram, eles sentem saudades, eles amam, cantam, e se divertem, eles nascem e tudo que nasce é sagrado, tudo que se deixa vivo no tempo é saudade, e tudo isso é eterno, para corações que podem enxergar neles não o abuso, mas a cumplicidade.

Luan R

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Voce é que ninguém vê

No meio do tempo você nasce, cresce e por fim morre, mas o que faz a diferença é o que existiu como história, o que você viveu! A construção de uma vida, de uma única e incomparável vida, eis tu responsável por escrever o teu livro, e também responsável por toda forma de amor ou não emanada pela força do seu aforismo. Tudo que aconteceu moldou ou moldará de alguma forma, e realmente é o que ninguém ver.

Você é o beijo de seu pai na barriga de cinco meses que te carregava, que você sentiu sem saber, e sem saber isso fez diferença, você é o choro do primeiro dia de aula por sua mãe te deixar só, ou por esgotar o tempo de brincar com seus mais novos amigos, você é o biscoito de estrela e o pão mergulhado no café com leite, e a foto de quando era criança dentro da mesinha do quarto dos seus avôs, você é o suor do seu pai e sua mãe, e o sonho mais lido do amor deles, você é a sua redação de férias narrada enfrente a sala com vergonha ou entusiasmo, e aquela noite que relampeava e trovejava que você desejou e correu para a cama dos seus pais onde encontrou acolhimento e confiança, - representando alguns medos que nos faz correr a encontro da nossa segurança. Você é a coragem de esbarrar sua barriga na onda que quebra no mar, ou o correr para não cair em meio toda espuma, você é o banho de chuva na rua com aquelas amigos que estão longe, mas vivos no coração de quem guardou com saudade as alegrias vívidas. Você é sua vontade, seu desejo, seu instinto, prazeres e pensamentos e isso ninguém vê, nem você... Você é a sua adolescência, e suas descobertas, é o singular responsável por sua inteira felicidade. Você é a inquietação do seu corpo, desejando as suas delícias, e o calor externado e recíproco do abraço.

Você é, e descobre sozinho na paciência de calar, e pensar, fazendo brotar no coração a idéia de retrospectivo e prospectivo de sua vida, sentindo o que ninguém vê. - O agora é milagre e eu vivo com intensidade. Analisando as escolhas de outrora, até essa data e se entregando para um minuto seguinte, de um tempo que ainda virá novos sentimentos, rumos, pessoas, títulos, situações, lugares, e o atual motivarão sucessivamente pensamentos, atalhos diferentes, adaptando você a ser realmente você, e o que ninguém vê. Você é seu gosto, a cor que escolheu para pintar a casinha na tarefa de casa do jardim de infância, você é suas verdades e seus mistérios sobre o dia que não terminou e a luz que brilha sua crença, você pode ser o egoísmo do mundo, ou partilhar de todos os dias, você é a saudade e o sorriso meia boca que te faz lembrar o amor platônico que passou, e sua imaturidade o fez pensar que era para sempre, Você é suas ideologias, mas se queres aprender e crescer escute as dos outros e some-as com as tuas, o que sobrar e não for aceito é o que sua alma não digeriu.

Quero lhe falar a minha única certeza que você não é; você não é um estereótipo de pessoa que nasce do julgar de outra que te viu por quinze minutos ou menos até, e por vício traçou toda sua história de vida, caráter, personalidade, isso você não é, - E mais do que nunca me convenço que você é o que ninguém vê. Um dia aprendi que Jesus nos ama e com seu imensurável amor ele nos muda, e nos faz melhores, isso acontece por que ele com amor ver o que nós não conseguimos, e o que podemos ser, e o que ninguém vê, nem o próprio dono do coração, contêm esse dom. Quando amamos com verdade o nosso próximo podemos ver o seu melhor, e podemos torná-los melhores, o intimo senti toda essência que com afeição surgi como milagre dentro de um tempo coberto de hipocrisias e egoísmo, e reconheço ai o mandamento que é amar o próximo como a ti mesmo, Por que assim como ele, se nos permitimos podemos somar no outro os valores de harmonização do mundo. - Sou do pensamento que eu construo a minha personalidade e isso ninguém ver, o que eu posso descobrir, e conhecer, são aflorar minha interiorização e conhecer minhas limitações em todos os sentidos, e o que expus que o meu próximo tens a graça de sentir tudo com afeição é uma verdade que eu já vi acontecer. Sentir é surpreendente, a sensibilidade nos permite ver, ser, receber e externar além das linhas dos limites, lá ao longe do horizonte que parece distante...

O que ninguém ver em mim é privilégio do seu sentir, aqui ou nos quatros cantos do mundo, pra existir história tem que existir veracidade. E esse prodígio de sentir o próximo eu tenho fé que acontece muito por esse mundo afora. O que ninguém ver é a diferença, o que ninguém ver é o que estar dentre as vírgulas e pontos pensantes do texto da vida, que edifica o mistério que é conhecer o próximo, e suas diferentes histórias.

- O que expresso ninguém pode ver, mas pelo artifício da escrita vocês podem sentir e viver essa epopéia do jeito que você almeja e escreve sua vida.

LUAN R.

por todo sempre

Os dias passam o cheirinho de xixi já não é presente, o pular no banheiro pra se ver no espelho é saudade, o brincar sem saber quando parar, o amar sem saber ou pensar (...), seja criança para o resto da sua vida por que é gostoso, é autêntico, é carinhoso, respeite suas responsabilidades, corra atrás dos seus sonhos, e objetivos com a coragem de pular um muro só para apanhar uma fruta qual quer, e voltar com o sentimento de aventura no suor da pequena blusa, que marcou tantas "traquinações”. Seus princípios, ideologias sejam alimentadas com a graça do sorriso de criança e as portas do mundo inteiro hão de se abrir, a mágica de encantar estar no sangue de cada filho do Brasil, mas no coração do nordestino que tanto leva seu carisma e seu jeito simples, uma verdade do meu pensar, agir é melhor que idealizar, ser foto é mostrar, ser filme é ensinar, e viver é a dádiva do aprender. Criança eu sou... Porque amar é preciso por todo sempre.

Luan Rocha

Caminho da luz

(Êxodo 2:23). O SENHOR atendera ao seu clamor e os tirara da servidão. Mas, assim que se sentiram em perigo, temeram a morte e reclamaram de Moisés dizendo que preferiam a servidão. Eles nada podiam fazer por si mesmos, e não tinham esperança sem o socorro divino. É a situação de toda a humanidade, pois o mundo é um lugar sem esperança: um grande cemitério, pois a maioria pensa que esse é o seu fim (Romanos 5:12).

-Talvez não sejamos perseguidos por um exército, mas às vezes nos sentimos cercados pelo mal, num beco sem saída. Sigamos o conselho de Moisés: não devemos temer, mas confiar no livramento que certamente o SENHOR nos concederá

O SENHOR disse a Moisés para acabar com esse clamor, e tocar o povo para frente. A oração tem um lugar importante em nossas vidas, mas devemos também agir com os meios ao nosso alcance. Às vezes sabemos o que é necessário fazer, mas adiamos com a desculpa que estamos pedindo maior direção de Deus.

O exército egípcio eventualmente descobriu o que se passava, e partiu em perseguição, indo até o meio do mar. Mas o SENHOR, de madrugada (entre as duas horas da manhã e o nascer do sol) lhes emperrou as rodas dos carros (talvez os atolando), e tiveram que ir devagar, com dificuldade. Quando estavam desistindo da perseguição o SENHOR mandou que Moisés estendesse sua mão sobre o mar, e o mar se fechou sobre os egípcios, ao romper da manhã, Moisés e os homens israelitas, em sua alegria, compuseram o primeiro hino que encontramos na Bíblia, e, segundo os estudiosos, o primeiro registrado em todo o mundo. Eles então cantaram em louvor ao SENHOR com acompanhamento de música e danças por todas as mulheres (lideradas por Miriam [que se traduz Maria], irmã de Moisés, com seus noventa e tantos anos). Morrendo todos os cavalarianos do exército.

-Na vida somos tentados e enganados por “exércitos” que nos tiram o sono, nos fazendo medo, tentam nos escravizar com doutrinas baratas, idéias de egocentrismo, e de culturas que realmente não valorizam as raízes de todo o mundo, mas criam e moldam o ser de acordo com o ideal do mal pensante. Eu corro para Deus e peço-lhe socorro, entregando minha vida para que ele possa usar de alguma forma, e vivo o amor que acontece em meu coração, creio na palavra que vive a tanto tempo, que transforma e nos alegra com verdade. Então bebo da água viva em frente ao mar, percorro no horizonte de luz e encho-me de paz, e Deus abre o caminho mais lindo que é ver com sensibilidade o singelo do mundo que me inspira , abre os caminhos que estão escritos, que eu sonhei, e me afasta dos maus caminhos e más pessoas. E se eu encontro a luz em qual quer lugar, em qual quer lugar eu posso externa-la.

Luan R.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

As mães de Chico ( Filme)



A mesma equipe de “Bezerra de Menezes” também desenvolve um projeto sobre Chico Xavier: “As Mães de Chico Xavier”. Trata-se de um longa no formato de antologia, com quatro histórias distintas, apresentadas como episódios ao longo de duas horas de projeção. Cada episódio terá um diretor diferente e os quatro contarão, por meio de cartas psicografadas pelo médium mineiro, histórias de mães que perderam seus filhos. Nelson Xavier, um dos protagonistas do filme de Daniel Filho, voltará a viver Chico Xavier na produção.
Uma oportunidade de colaborar com uma obra nacional, que retrata histórias da doutrina espírita nos anos 80, além de trabalhar com uma produção muito profissional, conheci uma galera nova, que levou alegria e descontração dentro de uma locação que parecia uma sauna! " huahauhaua" . A baladinha foi 10.

Rápida expressão (2) O Escrever

Escrever é escrever mostra e revela o meu ser,
o meu ser confuso, que vive uma dicotomia eterna
oscilando entre o amor e a razão,
razão essa que pode ser ou tranformar-se em amor,
vou escrever seja onde for o que sinto,
o que penso e o que levo em meu coração...
escrevo todo esse sentimento que me agustia,
essa é minha forma de expressão
aah! Formidável expressão,
essa sintonia individual ou coletiva
como esse inédito e espontâneo relatar,
declarar, amar as letras, os verbos as canções,
alegrando os corações...
levando emoções a todo lugar
fazendo com que a sinestesia habitue-se mais e mais
em nossas vidas, exaltando os sentidos,
os sentimentos e a alma, rompendo com toda futilidade e
materialismo, enfatizando o que trago realmente em mim,
em todo o meu ser
Aaah! Florescer... Amar,
encantar seja de tal forma e em qualquer lugar,
bastar sentir, ser, ou se transformar num personagem,
num pensador exaltando amor,
falando com o próprio autor,
revelando o interior ou dissimulando,
basta inteirar-se de todo sentimento, envolvimento
e simplesmente ser fiel naquilo que escreve

Luan R. e Tâmara Vieira

Rápido expressar (1)

O céu parecia que ia chover? Teve a oportunidade de ver?

Ao fundo só pude enxergar sol e calor, pois meu coração estava repleto de amor...

Repleto de energia, repleto de felicidade que assim como o sol ardia em meu peito

Ardia o peito daquele que senti além da luz do pôr, e a energia alimentava o que parecia surreal para nossos olhos...

Alimentava o meu bem-estar, a minha paz e ai então pude entender que não há nada que possa se igualar...

Há essa forma de levar, de pensar de ver o horizonte no mar, sentindo a vibração do próprio ser, aplaudindo o espetáculo do pôr do sol ao amanhecer...

Levando essa mensagem para o dia de amanhã, agradecer com paz e viver com luz na esperança de que todos possam provar o sabor de provar o amor...

Provar o sabor do amor... Seja ele qual for...!

Que todos possam sentir em seu coração a paz que o amor nos traz, o amor em todos os sentidos o amor em todas as dimensões...

Balançando os sentimentos, motivando as emoções, por que do vento posso sentir, do sol arder de alegria que me motiva a vontade de cair na água benta do mar e somente apreciar o que Deus tem a nos mostrar e nos ensinar...

Apreciar e agradecer, por tanta beleza, por tanta luz que emana daquilo que ele criou e que hoje eu contemplo com todo o meu ser

Dando um ponto final literal, mas se renovando no texto da vida, regando minha origem, meus amores, enfrentando meus temores, com essa força que me faz escrever, junto a você, o natural, o lúdico, o simples que eis belo, o lindo que é casual, o texto que é motivo real de valor sentimental...

By; Luan Rocha e Tamara

Presença real (partilha) 2007

Eu queria acabar com as dores em teu peito, te dar a mão e te levar para teu mais belo passeio, nós andaríamos entre o amarelo ouro do sim e nunca mais o não seria cinza pra ti. Nós pararíamos um em frente do outro e verias em meus olhos, lágrima transparente sem dor. Eu ficaria em silêncio por algum instante, só te olhando. E tu enxugarias minha lágrima com teu ser. Depois do silêncio nós sentaríamos num banquinho próximo aquele jardim feito só pra ti, conversaríamos um pouco, até você entregar seu coração, e agora seria dos teus olhos a lágrima a descer, lágrima transparente sem dor.

Tu sentirias o perfume da flor e com delicadeza beijaria a palma da minha mão, e eu beijaria com demora a tua testa para que aquelas preocupações que tanto me falas sumissem, e de repente nós começaríamos a rir, sem pensar em mais nada, um em frente ao outro, riríamos como nunca riu ou pensara rir.
E em minha partida falastes que era consagrado por nada mais que o amor!
O amor que é a maior força, amor que alimenta a fé, move e transforma, enche o coração, inflama e nos faz forte para levar num sorriso, num carinho qual quer a vida que podes ter no meu amor. -Na humildade pude encontrar na simplicidade te entregar, na felicidade sorrir, no sorriso ouvir o que falas sem pronunciar, que expressa como a leveza de um risco de vento num espelho d’água, marcando o coração de um jeito inesperado, singular, conflitando o coração daquele que pode julgar, esse pobre declarar, porém rico para um coração adorador, fundamental hoje para minha sustentação. O sorriso que posso levar vem do amor que não cabe no meu peito, vem do carinho dos meus irmãos, vem da natureza, do natural, mágica de multiplicar. Tornar um amor real é expulsa-lo de você pra que ele possa ser de alguém, assim Jesus pregou! Sorriu comigo e me amou, marcando nas entranhas e becos do meu singelo coração, a luz a unção, no meio da multidão... Um dia eu senti a lagrima transparente sem dor rolar pela maçã do meu rosto, marcou meu coração com verdade. “Palavra real da presença do calor, da luz, do amor que me faz chorar, sentimento profundo que me faz lembrar o instante que eu tive para o meu sempre levar”...

-Testemunho de amor, na minha vida

Luan R.

Alis Grave Nil

Voando sem saber nasci no mundo deles, que hoje pertence também a mim. O jeito de criança foi sendo extinto aos poucos pelas mazelas e tristes realidades que pesam na hora de tentar ver o horizonte distante, horizonte de vida, de fé, de amor que por vezes esqueço no momento de hoje, mas luto, e com coragem tento levar minha alegria, meu carisma, meu toque singular que pertence, a todos os caminhos que trilhei todos os amores que provei (...). Perco-me de vez enquanto e vejo os cortes nas minhas asas que um dia acreditei ter, sentimentos ruins, julgamento próprio, falta de força, egoísmo, fatos que prejudicam o meu voar, mas com vida creio e valorizo os meus saltos e rasantes, curvas e rodopios no céu do meu caminho, no livro da minha história, nos tons da minha música que toca no ápice da minha felicidade. Toda forma de amor é forma de alimentar a luz que cada um tem em si, o amor vence tudo, quebranta corações gelados, une o impossível pelo homem, o amor é a base, é o vento que na teoria da física aeronáutica faz a força para o vôo perfeito, graças o amor tenho o estimulo de poder externar isso com tanto gosto, num papel branco, frio, sem cor, que depois de passado para as linhas, posso sentir o meu sabor preferido, o teu melhor sorriso, que um dia guardei em meu coração, posso ver a cor prateada da lua no meu lúdico pensar, essa minha forma de ser, me completa, me faz encontra-me com o verdadeiro, com aquela criança (eu bem gordinho) que tocava as próprias asas e sonhava conhecer o mundo inteiro, sonho que persiste a latejar meu intimo, e é preciso tentar, é preciso voltar a voar, vou ensaiar meus vôos, para que sejam lindos e cada vez mais altos, mas primeiro tenho de pular e se tiver medo, jamais voltarei a voar... Vou procurar a Deus, para curar o que sozinho não posso, vou olhar pra dentro, arrumar os cômodos e me aconchegar. Sim, sou forte... Sei por que provo da minha força perante tantas tentações mundanas, por isso a vontade, o desejo interminável de voar e sentir o vento no rosto lavando o que se precisa lavar, para limpo voar no céu, porque um dia sonhei, no outro voei e não quero deixar de voar, “Alis Grave Nil” nada é pesado quando se tem asas.

Carrego essa pichação na rua esquerda, do lado esquerdo, do beco esquerdo, entranhado nos caminhos do meu coração, e quem pichou? Creio eu que foi a LIBERDADE, essa que possuo de poder amar sem pensar, apenas se permitir amar. Vou voando sem rumo, encontrando no amanhã a alegria de poder partilhar o que foi ontem, o que sinto hoje, alimentando-me de fé, de vento, de luz para viver a mágica de sentir o novo, a surpresa de ver no meu sorriso o meu mundo “blue”, um mundo de luz de sentidos inéditos, de abraços intermináveis no tempo “Kayros”. Termino essa minha fuga, nessas letras que insistem a me tirar o sono, para libertas ganharem o branco, para libertas se apresentar a você, a suas idéias, por que aprendi com essa forma de liberdade, voar sem medo, partilhar o que pertenceu a mim, e que hoje pertence ao leitor, seja lá eu ou outro alguém, pois até eu aprendo quando leio depois de amanhã. Nada é pesado quando se tem asas.

Luan Rocha



Germinar

Uma semente, um dia de sol, uma vida, as escolhas, o medo... A esperança.

E foi lançada a semente num dia ideal, num dia singular e alegre, falo do dia que os anjos e arcanjos fizeram a festa do seu despertar, aparte do primeiro encontro do ar com o sensível pulmão quando decidirmos nascer, a coragem e a força nos fora dadas, conseguirmos tirar todo o líquido amniótico daquela vida anterior. Vomitar tudo que nos colocaram dentro por tanto tempo, mesmo que nos tenham sido úteis, mesmo que nos tenham alimentado, mesmo que nos tenham sustentado. Uma forte tosse, um vômito, lágrimas e soluços que se alternam e abrem caminho para que o ar invada nossos pulmões e abasteça nossa nova vida e traga uma nova esperança à nossa alma. Nasceu um ser especial e único para Deus, eis mais um no mundo, na terra, nessa vida de mistérios, de certezas cercadas de perguntas e verdades sustentadas pela fé. A natureza inspira e mostra lindamente exemplos de vida, de superação, força e amor, conduzo-me a partilhar a história que tocou meu coração, que um dia nasceu aqui e que hoje pode nascer em você.

Jogadas foram às sementes no terreno do lúdico, passou algum tempo, algumas não entendiam sua vida, seu propósito, por que tinham que ser cobertas pela terra, tinha que sofrer do peso de tanto julgamento da própria companheira que preferiu não arriscar e por ali ficar, uma se entregou e aceitou a terra sobre si acreditando no nascer, outra escolheu viver com suas convicções e com um tempo o egoísmo a fez ficar só. A semente precisa morrer para poder germinar, ela enfrenta a desconfiança que é ser coberta pela terra, ela enfrenta o escuro, e os bichos do mundo, mas a fé motiva a coragem de nascer para um mundo novo, a fé faz a chuva molhar e lavar o impuro, com água sendo o Espírito Santo puríssimo, Ele é cristalino como a verdade. Esta não precisa de enfeites ou disfarces, mas é simples e transparente conforme a palavra do Senhor! Lava e transforma, -“acontece aqui dentro”. Então o germinar se alimenta da água viva, o germinar é acreditar no que verdadeiramente toca com pureza e doçura o coração, germinar é lembrar-se daquele dia escuro e ver no amor de Deus uma luz real que além de iluminar o crescer, ela nos envolve e nos ama, então as raízes começam a crescer, e quanto maior a sede mais profunda vão se alojar e seguro as raízes vão estar, fazendo melhor a sustentação... E assim como meu primeiro choro, assim como o encontro dos meus olhos com os da minha mãe, assim como o agitar dos meus braços ao sair daquela barriga, o germinar dar lugar ao orvalho da manhã, o nascer, o ver o azul do céu de uma nova vida, e o sol já estar raiando e ali acontece a sua fotossíntese, o crescer depende do sol, e da busca pela água viva com suas raízes. Essa necessidade é a mesma minha, minhas raízes que me da sustentação dia-dia, eu busco amor da água viva, a água que lava as minhas misérias, a água que além de lavar meus erros me dar à sustentação e a inspiração, para sentir nascer dentro de mim como semente sem fazer barulho o amor que é partilhar...

Posso falar da videira que sempre é podada para poder a maturação acontecer, todos os dias os cuidados são feitos com muita atenção. Podamos as galhas sem cor, sem vida que consumiam a força de toda a planta, pesando como se fosse o pecado, nos deixando fracos. A natureza é sabia, o seu silêncio é eloqüente pra quem se permite respeitá-la, e ouvi-la com sensibilidade.

Posso falar do que acontece hoje, a repercussão que é os inéditos crimes, a velocidade que chega e consome nossa vida por todos os veículos da mídia, entram na nossa casa na hora do almoço e na hora do deitar, crimes, crimes, crimes! Um dia ouvi falar que árvore quando cai, faz muito barulho, e é isso que acontece, a árvore que estronda ao cair é o pai que matou o filho, é filho que matou o irmão ou a irmã...

Nossa atenção estar voltada para isso e esquecemos-nos do milagre do nascer, esquecemos que com amor nascem muitas árvores por ai, e não existe repercussão por que assim como na natureza elas nascem sem fazer barulho, peço que voltemos nossa atenção para as sementes que nascem, que crescem, tenhamos o prazer de transbordar a nossa água viva, tenhamos a coragem de podar aquele que precisa com a palavra certa, acreditemos no dom de fazer o outro feliz, amado, a multiplicação da palavra não acontece com o egoísmo, o egoísmo nos envaidece, e no fim eu não quero ser aquela semente que não germinou, eu quero é nascer, germinar, quero encher o meu pulmão de ar, quero receber o sol e crescer com a fotossíntese, quero aprofundar minhas raízes, e beber da água viva, quero partilhar e transbordar a minha água, quero aprender e saber que tenho que podar algumas coisas sempre, quero abraçar a vida e ser feliz, quero tomar banho de chuva e nem ligar para que os outros pensam, pois Deus é meu pai, e só ele me conhece por inteiro.

LUAN ROCHA

Dos Castelos que quiser

Construir é uma palavra que todos sonham, todos almejam. De alguma forma, construir nos inspira nos renova. Torna-se linda quando sustentada com os sentimentos de cumplicidade, fraternidade, amor, mas, quando o egoísmo preenche o coração com ganância a construção pode se transformar em ilusão, vira uma forma de somar para menos, como falou grande Manoel de Barros num dos seus textos. Quando escutei uma letra do grupo racionais MC que ironizou com a frase “Construção dos castelos de areia que quiser” refleti e criei uma linha de pensamento. O que seria essa construção? O que sustenta esse castelo de areia? O que leva uma pessoa a construção de um sentimento, um caráter, um castelo, uma vida, de areia? Construímos, somos responsáveis por nosso pensar, por nosso sonhar, pela idealização dos objetivos. Acreditamos, seguimos nossas ideologias, crenças, e intelectualidade para a construção de uma identidade intima e pública. Todos nós construímos de alguma forma, construímos e nos destruímos todos os dias, isso pode ser interpretado numa construção de um castelo de areia ou um contrario sólido, e pode ser a destruição num desapego que faz nos mal, ou a destruição de um bem, que sem saber um dia se torna presente na lembrança. Quando importante, de alguma forma, se torna vivo, quando não, é pra ser destruído... Muito emblemático, mas o externar me faz entender, aprender e amadurecer com essa construção literária que faz somar dentro de mim um sentimento de crescimento; como uma falésia que foi esculpida pela brisa do mar, pelo silêncio e o barulho do vento, pelo cair do sol, refletindo, perdendo o que se tem de perder, ganhando cores e formas para sempre acordar com um novo rosto, com uma nova construção, diminuindo pra somar é uma forma de multiplicar.

No amor encontro a construção da saudade, da lembrança no outro que em algum lugar, hora ou situação estive presente e pude somar com um sorriso, com alegria, com alguma palavra que puderam ser esquecida por mim, mas se mantém viva no coração, na lembrança do meu amigo, do meu colega, e até daquele estranho, mas a partilha proporciona deixar no outro vivo a construção que realmente vale à pena a construção do bem, do meu muro e do próximo, fortalecendo o outro com verdade, levantando, construindo uma história, com palavras de encorajamento, de ousadia, palavras que ajudam a levantar a auto-estima. E, da mesma forma que podemos crescer no outro a verdade, construindo como se tem que construir, temos que ter o atrevimento de falar e apontar o erro fazendo com que o castelo de areia não seja visto como gloria, mas como perigo, pois é ilusão sustentar o que um dia vai cair sobre nossos olhos, e pesar as costas. Com a maturação, entre ganhos e perdas, o importante é sempre estar se levantando, sempre abraçando o dia como uma nova oportunidade, agradecendo a Deus, agradecendo a fé que mora dentro de cada coração, levando a luz, para iluminar o escuro do próximo para juntos acreditarmos num mundo melhor, numa construção digna de permanecer de pé por toda eternidade. A música representa; Lulu Santos cantou, “Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear” o lúdico, o canto para encantar, o expressar para fazer pensar, a crença para executar, Lulu fala de um muro, uma construção de hipocrisia, falou da esperança que é ver no horizonte por cima da mentira o ideal, que estamos rodeados, mas isso não me desencoraja por que além do muro há um horizonte que pode ser diferente, depende de como vamos encarar a nossa construção, que sentimentos vamos levar pra servir de matéria prima, sem esquecer que eu posso precisar da tua noção de arquitetura, posso precisar da força, da delicadeza para traços e curvas na esculpida pedra, e posso levar do meu cimento, posso servir o meu amor, a minha luz para o castelo que precisar...

Uma brincadeira, um simples pensamento que pode se transformar num texto num amontoado de palavras que pode ter sentido ou não. A importância é que eu entendi, e isso se torna especial pra o meu coração, no mistério da vida, acredito na simplicidade que me faz feliz e agradecido por tudo que sou em mim e nos outros, deixo-me a disposição de qual quer construção e se isso que chamo de reflexão servir de alguma coisa. Saiba que acrescentei um tijolo no teu muro e certamente no meu também. Cuidado! Terreno em obras...

Luan R.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Suprema sensibilidade

Sou dessa leva de gente que tem como sina ver demais. Sentir demais. Amar quase do tamanho do amor. Traço de nascença, uma estranha dádiva que, durante temporadas, pra facilitar a própria vida, egoísmo que seja. A gente tenta disfarçar de tudo que é maneira que aprende. Mas não tem jeito, nunca terá! Nascer assim é irremediável, o que é preciso é desaprender o medo.

Por tudo o que é mais sagrado nesse mundo e em quaisquer outros que não tenho certeza se existem, mas suspeito, muitas vezes eu desejei não ver tanto. Criança, quando senti isso sem saber palavras, eu inventei minha miopia. Não adiantou: o encurtamento dos olhos é só do lado de fora, por dentro eu vejo muito comprido. Alguns sentem vida, sentem beleza, sentem amor, com doses de conta-gotas. Eu, não: é uma chuvarada dentro de mim.

Que os sensíveis sejam também protegidos. Que sejam protegidos todos os que vêem muito além das aparências. Todos os que ouvem bem pra lá de qualquer palavra. Todos os que bordam maciez no tecido áspero do cotidiano. Todos os que propagam a bondade. Todos os que amam sem coração com cerca de arame farpado. Que sejam protegidos todos os poetas de olhar e de alma, tanto faz se dizem poesia com letras, gestos, silêncios ou outro jeito de fala. Que sejam protegidos não por serem especiais, que toda vida é preciosa, mas porque são luzeiros, vez ou outro um bocadinho cansado, no escuro assustado e apertado do casulo desse mundo.

Por Ana Jacomo