segunda-feira, 31 de maio de 2010

Escrevivendo


Escrever é a única maneira de viver, não a minha vida, esta vida que me escapa por entre os dedos a cada gole da minha sede. Escrever é “escreviver” outras vidas, em outras dimensões, tempos paralelos.

Escrever é deixar no papel a impressão digital do ser que somos.

Escrever é descrever o que pressentimos o que dizem os nossos cinco sentidos, mesmo que não faça o menor sentido.


Escrever é sempre tarde, é sempre cedo, é sempre na hora certa”. (Gabriel Perissé )

Escrever é algo de que se tem necessidade, é algo de que não se tem necessidade alguma. Escrever é incurável.

Escrever é falar com quem não vemos ouvir quem nada nos diz, conversar com quem nos despreza aprender com quem nada ensina ensinar coisas a quem não quer aprender nada.

Escrever é fugir, é voltar, é abrir uma janela, é fechar-se em casa, é queimar a casa, é reconstruir a casa, é pregar-se na cruz, é ressuscitar, é recriar o mundo.

Escrever nos torna mais humanos. Nem por isso mais virtuosos. Escrever é roer os ossos do medo. Repudiar a felicidade como facilidade. É inspirarem-se quando não há inspiração. É pintar, musicar, teatralizar, filmar, esculpir, dançar.

Então me lembro daqueles detalhes que Fábio plantou em meu coração, e sem me conhecer, me ensina por expor com amor suas palavras santas, da fonte divina."...tem dia que põe virgula, tem dia que põe reticências, tem dia que põe ponto final e tem dia que tem a necessidade de virar a página, o tempo todo nós fazemos a experiência de escrever a vida que somos nós, e o mais bonito: nós temos o direito de escolher como vamos pontuar esse texto, porque Deus trabalha o tempo todo no nosso coração assim, para que a gente aprenda a escrever, para que não venha ninguém escrever por nós e mesmo que alguém passe pela nossa vida, que apenas deixe detalhes no seu texto porque o autor é você, e o mais bonito é que tudo está sendo inspirado por Ele..." (Padre Fábio de Melo)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amor de mãe

E assim ao me entregar, ao correr e buscar o sentir do teu manto azul, o teu amor de mãe, tu me envolve com teu abraço, com teu colo, lembro da lágrima, da emoção da minha mãe ao me tocar, de me ver pela primeira vez, na luta pela minha vida, na batalha pessoal do julgar do outro perante minhas condições físicas, a vida daquele que nasceu pré-maturo, de sete meses, e dois quilos, com dificuldades, algumas pessoas falaram que eu não resistiria. Minha mãe, carne da minha carne, sangue do meu sangue afrontou pela minha vida, me deu a sustentação com seu leite materno carregado de carinho, de amor, assim como a mãe pelicano que nos tempos de pouca caça ele arranca do seu corpo a carne para o alento de suas crias. Sinto em meu coração hoje o pedido, a oração cheia de fé, o beijo, o abraço no meu dormir, no meu frágil silêncio de recém chegado, tenho aqui dentro essa revelação, esse amor que minhas mães tiveram por mim, hoje tenho a dimensão de toda intersecção, tenho a noção do quanto minha mãe vive por mim, a minha mãe, nossa mãe.

Quando cheguei à minha casa perguntei á minha mãe, - Mãe quando eu nasci com todas aquelas dificuldades, qual foi à primeira coisa que a senhora fez?

- Meu filho, eu te consagrei a Nossa senhora de Fátima, daí o abraço, o calor do amor, de gratidão e cumplicidade, minha fé, meu sentir me leva a ser católico e entender o amor que a mãe de Jesus tem por nós, e é lindo!

Partilho com felicidade, quebrando qual quer barreira de vergonha, de falar de expor, o manto azul, o colo, o sentido de mãe, rogou por mim, pelo meu crescer, pelo meu milagre de ver as paisagens mais lindas, pelo aflorar das idéias, o milagre me faz abraçar, me faz escrever com sabedoria todo esse amor que posso experimentar, me faz agradecer todos os dias pelo dia mais novo, pela água do espírito que chove aqui dentro do meu intimo, pela paz, pela luz.

Luan Rocha (23/05/10)