Escrever é a única maneira de viver, não a minha vida, esta vida que me escapa por entre os dedos a cada gole da minha sede. Escrever é “escreviver” outras vidas, em outras dimensões, tempos paralelos.
Escrever é deixar no papel a impressão digital do ser que somos.
Escrever é descrever o que pressentimos o que dizem os nossos cinco sentidos, mesmo que não faça o menor sentido.
“Escrever é sempre tarde, é sempre cedo, é sempre na hora certa”. (Gabriel Perissé )
Escrever é algo de que se tem necessidade, é algo de que não se tem necessidade alguma. Escrever é incurável.
Escrever é falar com quem não vemos ouvir quem nada nos diz, conversar com quem nos despreza aprender com quem nada ensina ensinar coisas a quem não quer aprender nada.
Escrever é fugir, é voltar, é abrir uma janela, é fechar-se em casa, é queimar a casa, é reconstruir a casa, é pregar-se na cruz, é ressuscitar, é recriar o mundo.
Escrever nos torna mais humanos. Nem por isso mais virtuosos. Escrever é roer os ossos do medo. Repudiar a felicidade como facilidade. É inspirarem-se quando não há inspiração. É pintar, musicar, teatralizar, filmar, esculpir, dançar.
Então me lembro daqueles detalhes que Fábio plantou em meu coração, e sem me conhecer, me ensina por expor com amor suas palavras santas, da fonte divina."...tem dia que põe virgula, tem dia que põe reticências, tem dia que põe ponto final e tem dia que tem a necessidade de virar a página, o tempo todo nós fazemos a experiência de escrever a vida que somos nós, e o mais bonito: nós temos o direito de escolher como vamos pontuar esse texto, porque Deus trabalha o tempo todo no nosso coração assim, para que a gente aprenda a escrever, para que não venha ninguém escrever por nós e mesmo que alguém passe pela nossa vida, que apenas deixe detalhes no seu texto porque o autor é você, e o mais bonito é que tudo está sendo inspirado por Ele..." (Padre Fábio de Melo)
