sexta-feira, 30 de julho de 2010

letrar

Escrever sobre ondas é movimentar o sentido dos mares

Escrever na areia é ter ciência da passagem por terra

Escrever sem pressa e dar vida as letras

Escrever no ar é apontar o horizonte dourado, ou o céu estrelado

Escrever no outro é o nascimento da saudade que faz brotar amor nos corações

Escrever pra Deus é se deixar envolver em amor, em amor ser ele, o bendito, e a palavra no outro

Me escrever é calar, é saborear as ondas, a terra e o ar.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Reconhecer


E quando eu perco o teto, eu ganho as estrelas... Grato a Deus pelas palavras que batem na porta do meu coração, maturam por algum tempo e me movem ao partilhar, Feliz por reconhecer diante o Deus minha dependência, minha necessidade de ser forte e fiel para afrontar esse mundo. Quando olho pra uma flor, pra um pássaro no céu, quando admiro o cair do sol, me perco no tempo do que meu coração estar atento, eu acredito na sensibilidade refletida no meu olhar, que se perdem pelas mais longas entranhas do meu interior, e é nesse tempo que contemplo que provo o sabor, que me humanizo, sabendo eu que um dia cairei por terra, e se não vivo essa simplicidade serei uma demagogia. Pergunte aos grandes surfistas qual o sentimento perante o mar, o respeito e a admiração são latentes naquela respiração antes da proclamação, cheia de carinho, pergunte aos compositores e cantores de onde vem cada inspiração, de onde brota o tom, a música nasce no silêncio que vai se transformando em som, e quando amada se compreende o equilíbrio de letra, melodia e conjunto, daí a alegria de cantar a felicidade, louvando a inspiração. Para recitar, criar, amar, louvar... Para plantar respeite o solo, que acolhe o trabalho, exercite sua humildade, a exaltação estar presente em cada, e em qual quer lugar, na verdadeira felicidade de reconhecer cada pequena grande coisa.

A prepotência robustece o coração endurecido. Por não se reconhecer pequeno que a doença se alastra, o amor fica distante, e a ignorância cria argumentos convincentes aos que se julgam grandes. Entregue seu coração a uma criança, sinta um anjo de Deus até num impulso de raiva, cheio de dengo, somos mais amáveis independente da reação, por que nos permitimos ser pequenos e saber que existe mais beleza ali do que eu pensei ou tentei pensar, isso é a capacidade de amar, - Logo depois o sorriso é maior, e mais largo, a grandeza da pureza nos consenti, a saber, da nossa pequenez de alma não de corpo. Busque a Deus não como um concerta buracos, um enfermeiro, busque a Deus na sua alegria, compartilhe a singeleza de poder dar um abraço no seu pai à noite depois de um dia difícil, compartilhe a Deus sua capacidade de ouvir grandes louvores, divida com seu irmão um pão, com sensibilidade sentirá o mesmo céu da comunhão, sorria, chore, ame, entregue até sua ignorância e raiva, aprenda a dar graças no sentir da dor, e no abrochar da flor.

Por que muita gente não admira Maria nossa mãe, por que não busca entender seu entregar, seu rogar, seu amor Materno por todos, não entende por que não reconhece, não respeita por não se aprofundar. Não julgue nenhum irmão independente de qual quer conceito, apenas tente amar como ama teu coração, ou seja, como a ti mesmo, um mandamento que nos humaniza, nos faz abraçar o desconhecido que por amor se torna amado. Deus escuta o que teu coração roga sem tu pronunciar, Deus entende teu sentimento, teu calar, teu sonhar, teus desejos não dignos, e a pureza do alegrar, Deus quer te abraçar, quer te ensinar a andar, Deus põe luz e sabor em sua vida para que seja testemunha do verbo, da palavra, do conforto que é seguir, se lançar, ser amar...

Recolho-me! Velo pelo discernimento, eu clamo a claridade, busco e louvo em música no meu silêncio, sinto a paz, a luz, o amor, isso que me salva, isso que me alegra, essa idoneidade de aceitar a verídica mudança que me faz respirar dia após dia o mais novo encontro. Creio em não esquecer, nem ignorar essas benditas palavras, que nasceram pelo meu inclinar, que nasceram por eu me rebaixar. Pelo me tornar pequeno que provo a gota da eternidade, por fim. Dou graças a Deus.

Luan R.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Presença real (partilha) 2010

E quando depois do abraço de pai, depois do silêncio e dá lágrima transparente sem dor, que me faz lembrar o amor de três anos atrás, lembro da lágrima, do beijo, do carinho e acolhimento, respeito, e me entrego de corpo e alma, me lanço e deixo-me sentir, me humilho e rasgo meu coração, em frente o infinito amor, me entrego cheio de feridas, feridas essa que me magoam, me tornam infeliz, confio no andar sobre a água, confio no sorriso sem pressa e sem tempo, confio na luz intocável do intimo do meu coração.

Reconheço-me pecador, vejo a luz apontar cada mancha, eu vejo o contraste na minha pele, quando sei que sou pecador dou um passo a santidade, quando reconheço os erros é que a luz brilha e incendeia minha alma, eu sinto um céu quando ele me olha sem pronunciar, e me abraça sem me encostar. – Decido então entrar no mar sinto arder às feridas que por algum tempo nunca se fecharam, sinto um sal que faz arder, rasgar, curar, doer; e quem disse que não dói ser ignorado, ser careta, e quem disse que não dói renunciar, dói por que é amor, é pelo amor que sempre será maior, e por amor esse sal lava e cura, libertar meu ser de tantas perturbações, tentações de uma carne, quando o meu tato é aflorado pelo amor sinto um vento impetuoso cheio do espírito santo, chegar e nasce à vontade, o desejo de cantar amando, de cantar com sabor, “Hoje livre sou”.

-Jesus olha no meu olhar, me ama e me faz sonhar

Acolhe em seu coração a minha canção

Que é de amor e gratidão

Toco a grandeza sentindo o cantar, esse é meu caminhar...

Sei que vou continuar esse relatar, da minha história, dessa vida singular e humana, e como rio me abandono em descer para o maior acontecer, se me perco em amor, me encontro em sabor.

Luan Rocha (03/07/2010) APA